01/12/2021
Ao entardecer do último dia 27 de novembro de 2021, com as primeiras vésperas do Primeiro Domingo do Advento, iniciamos um Novo Ano Litúrgico. No ano civil que é numeral e que a cada ano vai se somando mais anos; vivemos o ano litúrgico que é trienal, e distinto pelas letras A, B e C. Durante a semana (ferial) o ciclo é de dois anos: ímpar e par (seguindo o ano civil).
O Ano Litúrgico é cíclico e se tivermos a oportunidade de todos os anos participar das Missas aos Domingos, nossa Páscoa Semanal (cf. SC, 106), poderemos acompanhar as peculiaridades de cada evangelista a respeito de Jesus. Cada Ano Litúrgico é dedicado a um evangelista sinótico, Mateus: ano A; Marcos: ano B; e Lucas: ano C e João aparece nos dias de festa e solenidades, e, principalmente no Tempo Pascal, durante o Ano Litúrgico podemos acompanhar a teologia de cada evangelista e a maneira que eles transmitem a mensagem a respeito de Jesus. Neste Ano Litúrgico seremos conduzidos pelo evangelista Lucas. Seu Evangelho foi destinado às comunidades gregas; dá ênfase às parábolas e as curas; apresenta Jesus como “filho do homem”, fala da Misericórdia de Jesus, traz um olhar mais humano e sua característica é histórica.
O ano litúrgico é dividido no: Ciclo do Natal (Tempo do Advento e Tempo do Natal); Ciclo da Páscoa (Tempo da Quaresma, Semana Santa e Tempo da Páscoa) e o Tempo Comum. O grande centro do Ano Litúrgico é o Mistério Pascal do Senhor, cada tempo, cada celebração é vivenciada na perspectiva deste mistério de Cristo, centro e fundamento de nossa fé. Nestes segmentos do Ano Litúrgico, que não é, na verdade, uma divisão, mas uma integralidade, pois, vemos aspectos diversos de uma mesma raiz, tendo uma mesma perspectiva: o Mistério Pascal.
No Advento vivemos a expectativa da vinda do Messias, do nascimento do Salvador, e preparamos o nosso coração através da oração e ficamos vigilantes aguardando o Natal. O Natal é um tempo de alegria, e a partir do nascimento de Jesus na manjedoura, um mistério nos liga a outro, ou seja, o nascimento nos prepara para aquilo que celebraremos na Páscoa. Em seguida celebramos a primeira parte do Tempo Comum e somos convidados a sair em missão com Jesus e construir o Reino de Deus aqui na terra. Na Quarta-feira de Cinzas passamos a viver um itinerário de conversão no Tempo da Quaresma e somos convidados a ingressar num clima de penitência, oração e jejum (cf. SC 109). Somos convidados a mudar de vida e ressuscitar com Cristo para uma Vida Nova. E assim, ao celebrarmos o Tempo da Páscoa a Igreja se reveste de intensa e verdadeira alegria, festejando a vida que venceu a morte e todos os fiéis que foram lavados pela água do batismo. E, por fim, após Pentecostes retornamos ao Tempo Comum, até a Solenidade de Cristo Rei, quando encerramos o Ano Litúrgico, e somos impulsionados pelo Espírito Santo a sair em missão e anunciar a boa nova. Junto com esse esquema litúrgico acompanha também as cores litúrgicas e os cantos próprios de cada Tempo (cantar a liturgia e não na liturgia).
Na vivência de cada Ano Litúrgico somos santificados pelo Senhor no Tempo cronológico de nossas vidas. O ano da liturgia nos ajuda a lembrar que Cristo deve ser o “centro” das nossas vidas, é Ele que conduz a nossa vida, de nossa família, do nosso trabalho. Por isso a missa não é uma repetição, a cada ano muda o conteúdo das leituras e a cada tempo litúrgico celebrado envolve-se por um mistério, e tem uma essência que jamais mudará que é a Eucaristia.