12/01/2024
Este ano de 2024, na terça-feira, dia 9 de janeiro, após o término do Tempo do Natal, iniciamos um novo tempo dentro do Ano Litúrgico. A Liturgia celebra o mistério de Cristo na sua totalidade, ao longo do Ano Litúrgico. Celebra os momentos da história da salvação, a partir do Mistério de Cristo. Os acontecimentos da vida de Jesus não aparecem como momentos isolados: são sempre na totalidade da obra da redenção que são celebrados.
Dentro do ano há trinta e três ou trinta e quatro semanas, que são destinadas não a celebrar um aspecto particular do Mistério de Cristo, mas o próprio Mistério de Cristo. Este período é denominado Tempo Comum, “Tempo ordinário” ou “Tempo durante o ano (per annum)” são três
designações para o período de cerca de dois terços de todo o ano litúrgico (33 ou 34 semanas) e que tem como característica própria celebrar o mistério de Cristo na sua globalidade, em vez de se centrar numa dimensão desse mesmo mistério de Cristo, como os demais tempos, cada um com
sua importância na celebração da fé. “O Tempo Comum começa no dia seguinte à celebração da Festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das primeiras vésperas do Primeiro domingo do Advento” (cf. NALC, 44).
Por vezes temos uma certa dificuldade em perceber o que é específico do Tempo Comum, pois colocamos em oposição aos demais “tempos” do ano litúrgico. O ciclo do Natal e da Páscoa concentram-se numa dimensão do mistério de Cristo, o que lhes dá um rosto próprio e muito fácil de identificar. Mas isso não significa que o Tempo comum não tenha também identidade própria. O Tempo Comum é um tempo, destinado a aprofundar a presença de Cristo na existência cristã. Sem este tempo litúrgico, as nossas celebrações do ano litúrgico perderiam a sua unidade, pois iriam se limitar a considerar momentos episódicos da vida de Cristo e do seu mistério, sem, contudo os integrar no conjunto da sua existência e, por isso, sem impregnar no todo da nossa existência cristã. Além disso, importa ter presente que a semana “comum” ou “ordinária” nasceu, na Igreja, antes de qualquer um dos demais tempos litúrgicos.
Celebrando o Domingo, “Dia do Senhor” e “Páscoa da Semana”, é que o Tempo Comum encontra o seu centro significativo. Os Domingos do Tempo comum são aqueles que se podem considerar os Domingos no seu estado mais puro: Páscoa semanal e primeiro dia da semana, que dá sentido à vivência de toda a semana. Por isso, as orações presidenciais da celebração eucarística, ao longo da semana, são as do Domingo.
Este tempo também é identificado e marcado pela cor verde dos paramentos. Não é o verde da esperança, mas da perseverança; é no passo a passo confiante, trilhando nas pegadas do Senhor que somos chamados a perseverar, assim como o Cipreste, que, mesmo no frio intenso do inverno se mantém verde (Os 14, 9). Vivamos este Tempo Comum, perseverando no Senhor, celebrando os seus Mistérios e nutridos de seus sacramentos possamos “por Graça Dele viver de tal maneira que Ele habite em nós” (cf. Oração Coleta do 6º Domingo do Tempo Comum).