Seminarista Pedro Kaufmann será ordenado diácono nesta sexta-feira

22/11/2024

Seminarista Pedro Kaufmann será ordenado diácono nesta sexta-feira

No dia 22 de novembro, o seminarista Pedro Luís da Rosa Kaufmann, 26 anos, será ordenado diácono transitório. A celebração será realizada na paróquia Nossa Senhora das Graças, em Canoas, a partir das 20h. O futuro sacerdote conversou com a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre partilhando sua história de vida e caminhada de fé:

 

Quais são as suas primeiras recordações de participação na Igreja? 

 

Seminarista Pedro Kaufmann -  Minha família sempre foi muito participativa e desde pequeno me recordo de, mesmo não querendo, eles me levar nas missas. Essa insistência fez com que eu criasse gosto de estar naquele ambiente e cada vez foi sendo mais natural a vivência da comunidade. Vendo o exemplo deles e a forma como amavam o que faziam fez com que eu também buscassem essa felicidade em fazer as coisas de Deus.

 

Qual a importância de sua família na caminhada de fé? Alguma pessoa que gostaria de destacar em especial?

 

Seminarista Pedro Kaufmann -  Não teria uma pessoa em especial, mas meus pais e irmã sempre foram as pessoas que me inspiraram a estar cada vez mais próximo de Deus. Meus avós também eram muito atuantes e sempre me deram bom testemunho de serviço e de doação do tempo e da vida para as atividades da paróquia.

 

Você recorda quando o desejo de ser padre se manifestou pela primeira vez?

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Nunca tinha pensado em ser padre porque achava que o padre vivia a semana dentro de casa e só saia para rezar missa, quase que vivendo em cárcere privado. Mas com o tempo minha família foi se engajando na comunidade e eu fui vendo que o padre fazia muita coisa e, de certo modo, era uma pessoa normal que vivia seu ministério, ou seja, visitava as pessoas, contava piada, ajudava e aconselhava o povo e estava sempre presente nas atividades da paróquia. A partir daí despertou em mim a pergunta: Por que não ser padre? Isso foi por volta de 2010 quando eu tinha 12 anos.

 

Como se deu a decisão de ingressar no seminário? Como foi a comunicação para a sua família e amigos mais próximos?

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Depois que eu decidi que era isso que eu queria, anunciei para minha família e eles foram fundamentais para a minha escolha. Sempre diziam que me apoiariam em qualquer decisão que eu tomasse. Isso me ajudou muito a criar ainda mais vontade e forças para seguir essa vocação. Os amigos próximos estranharam no começo, mas logo me apoiaram e me ajudaram a me manter firme neste propósito, já os mais distantes e aqueles que estavam fora do convívio da Igreja sempre foram relutantes, faziam piadas e até mesmo apostas de que eu não seguiria adiante, mas isso nunca foi motivo de preocupação para mim.

 

No seu período no Seminário, quais momentos você recorda com mais carinho? 

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Acredito que o propedêutico foi um ano bem importante para a minha história vocacional, pois é o início da caminhada e o ano em que eu mais tive colegas de turma. Éramos nove e isso fez com que criássemos uma amizade grande. Entretanto, o ano que eu mais gostei no seminário foi o da pandemia (não ignorando todos os momentos de tristeza pelo momento que o mundo estava vivendo) foi o momento de minha história que eu mais consegui criar laços de fraternidade com os colegas de seminário. Um ano que foi decisivo e de grande crescimento espiritual, principalmente em celebrar o tríduo pascal no Seminário. Este momento sempre ficará marcado na minha memória.

 

Na sua caminhada de fé, quais padres você considera que foram importantes neste processo?

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Acredito que são vários os padres que me auxiliaram nesse amor ao ministério sacerdotal, entre eles estão o Padre Flávio Canísio Steffen e o Padre Eduardo Kologeski. Padre Flávio foi quem fez despertar em mim a alegria do sacerdócio e me mostrou que valia a pena gastar a vida por Cristo, já o padre Eduardo foi, ainda como seminarista, um grande exemplo e incentivo de que podemos doar nossa juventude ao Senhor e fazer com que nossa vida seja configurada ao Bom Pastor. Além deles, tive muitos que foram verdadeiros irmãos durante a época de seminário e que hoje já são padres.

 

Qual a importância da comunidade que você participou na sua caminhada?

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Durante o Seminário somos enviados em missão para diversas paróquias e cada uma delas me ajudou a melhor um aspecto da minha vida. Na caminhada até a ordenação somos desafiados a sairmos da nossa zona de conforto para melhor servir o povo de Deus. Tenho um jeito mais parado e quieto e, se não fossem essas experiências, não teria melhorado. Neste sentido, toda paróquia, padre e paroquianos são como professores que nos ensinam a ser cada vez mais parecidos com o Cristo Bom Pastor. Além disso, a comunidade do seminário também ajuda e muito a formar em nós um caráter de discípulos ao mesmo tempo que nos configura, deixa mais parecido, as vontades e desejos, com o de Jesus.

 

Você já escolheu seu lema de ordenação? Fale brevemente os motivos que o levaram a decidir por este versículo?

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Sim, já está escolhido! A pessoa que é ordenado diácono tem várias missões, mas as duas que são fundamentais são: Serviço e a Palavra de Deus. Por isso escolhi o lema “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9, 16). Para que isso aconteça é preciso que eu, mas também todos os fiéis cristãos, me esforce sempre para anunciar o Cristo. Isso se dá através da vivência do Evangelho e também da proclamação na Santa Missa. No convite da ordenação fiz questão de colocar uma imagem do lava pés, pois aí está o verdadeiro serviço a todos: buscar a humildade e se curvar para ajudar e dar dignidade a todos aqueles que encontrarmos pelo caminho.

 

Para encerrar, fale da expectativa pela ordenação diaconal e a futura ordenação sacerdotal

 

Seminarista Pedro Kaufmann - Falta pouco tempo para a ordenação diaconal e já começa a dar um frio na barriga junto com as preocupações de organizar tudo da melhor forma, mas é uma ansiedade boa. Já para a ordenação presbiteral ainda não quero pensar muito nisso. Quero viver cada momento muito bem, sem atropelos ou grandes expectativas que nos tiram o foco daquilo que devemos viver. Seja feita a vontade de Deus em cada etapa.



Autor:
Marcos Koboldt

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