FESTA DE CORPUS CHRISTI

07/06/2023

“Isto é o meu Corpo entregue por vós! 

Este é o meu Sangue derramado por vós e por todos!”

 

Estas palavras de Jesus pronunciadas na sua última ceia com os discípulos nos remete ao centro da celebração da solenidade do “Corpo e Sangue de Cristo”, tradicionalmente chamada de Corpus Christi. As palavras de Jesus, “isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”, acompanhadas dos gestos (tomar o pão/cálice nas mãos, dar graças, partir e repartir) são a essência e o resumo de toda a vida de Jesus.

           

Jesus não é uma ideia mas é realmente homem/pessoa, sem deixar de ser verdadeiramente Deus, com o Pai e o Espírito Santo (Trindade).  Na festa de Corpus  Christi somos convidados a admirar, adorar e  nos comprometermos com o Corpo de Cristo, que se encarnou no seio da Virgem Maria, nasceu, cresceu, viveu e foi morto, mas que também ressuscitou  (“Vejam, sou eu! Toquem minhas mãos, meus pés, comam e caminhe comigo...”)

 

Eucaristia é “Corpo”, é “Sangue”. O Pão e o Vinho consagrados não são símbolos estáticos mas nos remetem ao Corpo e Sangue de Cristo doados, partilhados, derramados por todos.  Participamos com muita fé, dedicação e respeito das celebrações do “Corpo de Cristo”, mas pode ser que, às vezes, façamos uma profunda cisão ou ruptura entre o que celebramos e a realidade que nos cerca, ou seja, no encontro com os “corpos desfigurados”: explorados, manipulados, usados, escravizados, destruídos...

 

Por isso, após a celebração eucarística deste dia, levamos a Hóstia consagrada em procissão pelas ruas de nossa cidade para expressar que Ele veio para que todos tenham vida, e vida digna, “assim na terra como no céu”.

 

Se por um lado reservamos as melhores vestes, os mais dignos e belos cálices, cibórios, píxides, paramentos, velas etc,  não nos devemos envergonhar, não devemos ter medo, não devemos sentir repugnância de tocar a carne de Cristo que encontra-se ferida, excluída e marginalizada ao longo de nossas calçadas e viadutos, alerta o Papa Francisco.

 

Quando apresentamos o pão e o vinho para serem consagrados em Corpo e Sangue de Cristo, rezamos:  “Bendito sejais, Senhor, Deus do Universo, pelo pão/vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da terra/videira e do trabalho humano...”  Sim, o Corpo de Cristo é também o universo inteiro, criado por Deus para que nele se encarnasse e habitasse seu Filho. Assim Jesus, na Ceia, ao tomar o pão e o vinho em suas mãos, abraça todo o cosmos criado. Cada cristão, ao fazer “memória” do Corpo de Jesus, entra em comunhão com toda a Criação.

 

Na Eucaristia se comunica o amor de Deus por nós: um amor tão grande que nos alimenta com o Seu próprio ser; amor gratuito, sempre disponível a cada pessoa necessitada de revigorar suas forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se nutrir pelo Senhor e construir a própria existência sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, a Sua Palavra e Seu Corpo e Seu Sangue.

 

“Graças e louvores se dêem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!”



Autor:
Pe. Gustavo Haas

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