DOMINGO DA ALEGRIA: O CORAÇÃO EXULTA NO SENHOR

24/03/2022

DOMINGO DA ALEGRIA: O CORAÇÃO EXULTA NO SENHOR

     “Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações” (Cf. Is 66, 10-11).

     A antífona de entrada do 4º Domingo da Quaresma nos conduz para o espírito desta Celebração. A Igreja se alegra, pois nossa salvação está próxima. É o Senhor que nos dará Vida Nova.
     Em nossa caminhada quaresmal, seguimos passo a passo, com Cristo, para vivermos o centro de nossa fé, o Mistério Pascal do Senhor. A proximidade destes acontecimentos nos fazem “correr ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé” (cf. Oração do Dia do 4º Domingo da Quaresma). Todo o tempo quaresmal é uma preparação para a grande alegria que celebraremos na Páscoa com a Ressurreição Do Senhor. O Domingo da Alegria nos recorda que esse dia se aproxima, que logo veremos Cristo triunfar sobre a morte e
transformar a noite em dia. Essa alegria nos suscita esperança e fé, portanto, não é hora de desistir ou fraquejar em nosso caminho de conversão, mas seguir com fé Nosso Senhor.
     Especialmente neste dia, a cor litúrgica passa do roxo para o rosa. Além de nos recordar de que esse domingo é “diferente”, o rosa também transmite essa alegria própria do Domingo Laetare. É permitido ornar minimamente o presbitério com flores; só não podemos esquecer que
estamos num tempo de sobriedade, num tempo de penitência, que é o Tempo da Quaresma.
     Este domingo, o 4º da Quaresma, já foi chamado de “Domingo das Rosas”, pois, na antiguidade, os cristãos costumavam se presentear com rosas. No século X surgiu, então, a tradição da “Bênção das Rosas”, ocasião em que o Papa, no 4º Domingo da Quaresma, ia da Basílica Papal de São João de Latrão até a Basílica de Santa Cruz de Jerusalém, em Roma, levando na mão esquerda uma rosa de ouro que significava a alegria pela proximidade da Páscoa. Com a mão direita, o Papa abençoava a multidão. Regressando em procissão a cavalo, o Papa tinha sua montaria conduzida pelo prefeito de Roma. Ao chegar, presenteava o prefeito com a rosa, em reconhecimento pelos seus atos e uma forma de homenagear a cidade.
     Na liturgia deste Ano C, os Domingos da Quaresma “nos conduzem a um Itinerário Penitencial, pois constituem o paradigma de uma grande e profunda catequese sobre a reconciliação” (cf. Matias Augé). A partir do 3º Domingo da Quaresma a liturgia nos apresenta um forte convite à conversão e a imagem de Deus que nos dá uma segunda chance (Parábola da Figueira sem frutos | Lc 13, 1-9), que se alegra com a nossa conversão (Parábola do Filho Pródigo ou do Pai Amoroso | Lc 15, 1-3.11-32) e que não compactua com o pecado, mas ama e acolhe o pecador
(A Adúltera Perdoada | Jo, 8, 1-11).
     Neste 4º Domingo da Quaresma, a Palavra nos convida a fazer a experiência do Abraço com o Pai, que cheio de misericórdia e amor no seu coração, se alegra com a volta do filho que se perdeu. A liturgia nos chama a trilhar este caminho da volta para Deus, deixar nossos egoísmos,
nossas vaidades, nossa ganância e com o coração cansado e ferido abraçar o Pai feliz por nosso retorno. E não nos deixarmos vencer pelo orgulho, como o filho mais velho e também se alegrar pela conversão de nossos irmãos.
     Que possamos fazer a experiência, neste 4º Domingo da Quaresma, da alegria que vem de Deus e por nossa salvação que se aproxima pela Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Alegrai-vos, Irmãos e Irmãs!



Autor:
Marcelo Mito - Coord. da Comissão Arquidiocesana de Liturgia

Fonte:
Comissão de Liturgia - Arquidiocese de Porto Alegre

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