Bispos do Rio Grande do Sul cumprem último dia da visita Ad Limina

06/05/2022

Bispos do Rio Grande do Sul cumprem último dia da visita Ad Limina

O arcebispo de Porto Alegre Dom Jaime Spengler, os bispos auxiliares Dom Adilson Pedro Busin e Dom Darley José Kummer, mais os bispos das demais dioceses do Rio Grande do Sul encerraram nesta sexta-feira (06) a visita Ad Limina Apostolurum iniciada na segunda-feira passada com uma série de compromissos no Vaticano. Esta visita é uma obrigação dos bispos que a cada cinco anos devem fazer uma peregrinação ao túmulo dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.  Programa originalmente para março de 2020, a visita foi adiada em razão da Pandemia.

 

A agenda do dia teve início com a celebração da Santa Missa na Basílica São Paulo Fora dos Muros.  Na sequência da sexta-feira o episcopado gaúcho visitou diferentes Dicastérios – ministérios do Vaticano – dentre os quais os que tratam da Vida, Família e Leigos e Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O último compromisso ocorreu na Congregação para a Evangelização dos Povos.

 

As Basílicas Papais

 

Em quatro dos cincos de agenda no Vaticano, os bispos iniciaram o dia com a celebração da Missa nas chamadas Basílicas Papais: São Pedro, São João do Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros.  Na quinta-feira o primeiro compromisso foi a audiência com o Santo Padre Papa Francisco.

 

Em um artigo para o site do Regional Sul 3 da CNBB, o frei Darlei Zanon, explica a importância de cada uma delas.

 

A palavra “basílica” na verdade vem do latim basilica, que deriva do grego basiliké. Significa “real”, ou mais especificamente “casa real”, e é a forma mais antiga de se referir a um templo público do Cristianismo. No período do Império Romano, uma “basílica” era o lugar onde estava localizado o tribunal de justiça e que servia também para as transações comerciais de grande escala. Aquele tipo de estrutura foi aproveitado pelo imperador Constantino como modelo para os primeiros centros de culto cristãos que ele mesmo fundou, ou seja, as originais basílicas de São João de Latrão e de São Pedro. Na prática, a basílica representa os primeiras lugares de culto, as primeiras “igrejas”, depois do reconhecimento do Cristianismo como religião oficial do Império, quando pôde deixar a “clandestinidade” e a reunião ou culto nas casas privadas, até então chamadas domus ecclesia. Só num momento posterior surgiram os termos “igreja” (de ecclesia, que significa assembleia ou reunião) e “catedral” (de cadeira, a sede do bispo local).

 

Os Papas concedem o título de “basílica” a uma igreja de certa importância espiritual, histórica ou artística. Geralmente são santuários e catedrais que recebem um grande número de peregrinos pelos tesouros sagrados que guardam ou pela sua importância histórica. No total, existem mais de 1,5 mil basílicas menores em todo o mundo, sendo que no Brasil estão 77 delas – a Paróquia Nossa Senhora das Dores aguarda resposta para receber o título de Basílica Menor.

 

Entretanto todas essas são chamadas basílicas menores, diferente das quatro basílicas onde os bispos  celebraram ao longo desta semana, chamadas “basílicas maiores”. Apenas as quatro basílicas de Roma recebem este nome de maiores ou papais, diferenciando-se das demais por ter uma particular ligação com o Papa e gozarem de certos privilégios especiais, como ter um altar maior no qual apenas o Papa e seus delegados podem celebrar a Missa e uma Porta Santa que os fiéis podem cruzar durante um Ano Santo para receber indulgência plenária.

 

A Basílica de São João de Latrão é a mais antiga de todas, sendo construída inicialmente pelo imperador Constantino no século IV, no palácio da família nobre dos Lateranos. O Papa São Silvestre consagrou o templo no ano 324, mas o formato atual só foi finalizado em 1589, após várias reformas e reconstruções. Ela tem enorme importância para o mundo católico por ser considerada a mãe de todas as igrejas, por isso abriga a sede (cátedra) do bispado de Roma, ou seja, do Papa. Além disso, ela é a única que recebe o título de Arquibasílica.

 

A Basílica de São Pedro foi construída entre 1506 e 1626 no local onde a tradição diz ter sido encontrado o túmulo de São Pedro. Hoje é parte do território do Vaticano. É a maior Igreja do mundo com obras de decoração interna de Bernini que realçam sua beleza. Ali ocorrem os conclaves e é a residência oficial do Papa.

 

A Basílica de Santa Maria Maior, conhecida, sobretudo por ser o local onde o Papa Francisco se dirige para rezar antes e após suas viagens, foi construída entre os anos 442 e 440. Localizada no centro de Roma, é a primeira no Ocidente dedicada à Maria e foi construída pelo Papa Libério no local indicado por Nossa Senhora durante um sonho. Um dos destaques da Basílica é seu teto, que é todo feito de ouro.

 

A Basílica de São Paulo, localizado na via Ostiense, fora dos muros de Roma, também é importante por conservar o túmulo do apóstolo Paulo. Sua aparência original sofreu uma reestruturação em estilo de época e o mosaico de sua fachada foi substituído após um grande incêndio no ano 1823. No seu interior podemos contemplar o teto em caixotões e oitenta colunas de granito, além de alguns vestígios da basílica original.

 



Autor:
Ascom Arquidiocese de Porto Alegre e Regional Sul 3 CNBB

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