10/10/2023
A Arquidiocese de Porto Alegre é composta por 29 municípios, que estão divididos em quatro vicariatos. O Censo 2022 divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados importantes sobre a população gaúcha. Os menores municípios no território da Arquidiocese estão no Vicariato de Guaíba. Depois de contar um pouco da vida de fé em Mariana Pimentel, Arambaré, Minas do Leão e Barão do Triunfo, chegou a vez de conhecer Chuvisca.
O mês de outubro é de festa para a comunidade que tem como padroeiro São João Paulo II. A sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de outubro. Entre os dias 18 e 20 será celebrado um tríduo na comunidade São José. No terceiro dia – 20 de outubro - acontece a ordenação diaconal de Teofilo Slawski Neto, com a Santa Missa sendo presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre Dom Juarez Albino Destro. A missa festiva no dia 22 acontece às 10h30 e será presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese Dom Darley José Kummer.
A cidade de Chuvisca está localizada na região centro-sul do Estado, distante 160 quilômetros de Porto Alegre. Com 4.579 mil habitantes é o terceiro menor município na Arquidiocese. Padre Gerson Schmidt, 60 anos, ordenado presbítero em 2 de janeiro de 1993 é o pároco da paróquia São João Paulo II. Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
Confira a entrevista com o padre Gerson Schmidt
Como tem sido para você a experiência de residir em Chuvisca? Não apenas em relação aos paroquianos, mas com toda cidade, prefeito, vereador, secretários. Acompanhar o cotidiano.
Pe. Gerson – Muito boa. O padre de Chuvisca tem que residir em Chuvisca e não em Camaquã. Há comunidades que tem 30 km de distância do centro por estrada de chão. Chuvisca, depois de 25 anos de município, cresceu muito. A demanda intensa da paróquia é outra, depois de 7 anos criada a Paróquia, a procura por batizado, casamento, catequese, é triplicada. A integração com o poder público é forte. O imediatismo da busca pontual exige uma secretaria Paroquial preparada e do padre estar disponível no local.
Algum fato curioso sobre a rotina de Chuvisca que gostaria de destacar?
Pe. Gerson – Povo na maioria polonês e pomerano. Intensidade grande de comércio no centro da cidade, e nas horas de calmaria parece “cidade fantasma”. Paróquia criada em 2016. Chuvisca é um município criado dia 28 de dezembro de 1995 e instalado no dia 1º de janeiro de 1997. Ou seja: quase 30 anos de existência. A cidade evoluiu. Temos em números redondos de etnias: 46% de famílias pomerana e 54% de outras. Chuvisca tem em torno de 45% Protestantes Luteranos (2% oficiais e 43% livres); 35% Católicos; 10% outras confissões cristãs e 10% Sem religião alguma. Há uma rádio comunitária na cidade bem escutada. Chuvisca faz divisa com a Diocese de Santa Cruz do Sul, havendo bastante demanda de batizados e catequese da paróquia de Dom Feliciano, cuja exigências para esses Sacramentos são maiores do que nosso Diretório Sacramental da Arquidiocese.
Para o seu ministério, como trabalhar em uma cidade pequena colaborou no seu sacerdócio?
Pe. Gerson – Trabalhar no interior tem também seu carisma próprio. Conviver mais familiarmente é muito bom. O conhecimento da realidade, depois de alguns anos, melhora o processo pastoral. O contato com a natureza, os caminhos do interior, trazem maus harmonia com Deus e a vocação de missionário. Chuvisca é terra de missão e ser missionário renova a escolha. Ter uma horta e jardim pra cultivar, atenua o estresse pastoral. Flores embelezam a vida, e são comuns no interior. Alimentos naturais conservam melhor a saúde. A calmaria em horários não comerciais permitem o estudo e a oração pessoais. O programa Católico na Rádio Comunitária me ajuda a renovar o propósito de evangelizar. O padroeiro São João Paulo II, de devoção particular, tem contribuído para perseverar na vocação. O povo também tem correspondido muitas vezes aos apelos de comunhão e missão.
Quantas missas são celebradas por semana na paróquia São João Paulo II?
Pe. Gerson Schmidt – De seis a sete missas, dependendo da semana. No fim de semana são seis.
A paróquia é responsável por capelas na região?
Pe. Gerson – Sim. A Paróquia de Chuvisca é uma Rede de Comunidades. São nove capelas constituídas, uma(1) com terreno doado e escriturado pra edificar salão e Igreja e outras três comunidades de Escolas, uma comunidade Neocatecumenal. Não existe igreja matriz.
Estão presentes na comunidade movimentos da Igreja?
Pe. Gerson – Apostolado de Oração, Movimento de Casais Jovens (MCJ), Caminho Neocatecumenal, ECC.
Como está o envolvimento do povo com a Liturgia?
Pe. Gerson – Infelizmente não existem equipes de Liturgia. Institui uma vez por mês uma hora de preparação e aprofundamento da Liturgia na Primeira Sexta-feira de cada mês, das 19h30min às 20h30min.
Quantos ministros da comunhão participam da paróquia?
Pe. Gerson – São atualmente sete ministros. Um deles se tornará Diácono Permanente: Teófilo Slawski. Três atualmente estão em formação.
Quantos dizimistas cadastrados a paróquia possui?
Pe. Gerson – Em torno de 250 cadastrados. Mas assíduos colaboradores em torno de 160.
Há algum trabalho de caridade que possa ser destacado?
Pe. Gerson – Campanhas de Natal promovidos pela Assistência Social do Município, na qual a Paróquia tambem se une e promoções do Banco Sicredi, arrecadando alimentos e agasalhos. Existe outras campanhas pontuais, como, por exemplo, quando de um incêndio de um morador da cidade.
Como está a presença de crianças e jovens na comunidade?
Pe. Gerson – Na catequese, intensa. Há uma missa da criança sempre no 4⁰ domingo do mês, 10h, no Centro, com boa participação. Reativamos a pastoral dos coroinhas. Houveram antes da Pandemia, Serenatas dos Jovens envolvendo também os jovens evangélicos. Alguns jovens da Paróquia fizeram CLJ na paróquia vizinha de Camaquã.
Como pároco, qual vantagem ou vantagens de trabalhar em um município como Chuvisca?
Pe. Gerson – Vantagens: conhecimento das pessoas pelo nome e percepção maior da realidade de cada comunidade local; mobilização do povo nas festas dos padroeiros; exigência menor de reuniões durante a semana; implantação de novidades criativas na dinâmica pastoral; despreocupação do padres na realização das festas – leigos realizam bem); trabalho mais personalizado; generosidade das pessoas ofertarem doações em produtos da terra para a Casa Paroquial; integração maior com o poder Legislativo e Executivo municipal – encontro mais frequente); unidade ecumênica maior das Igrejas.
