Dom Adilson Pedro Busin se despede do Vicariato de Guaíba

13/06/2023

Dom Adilson Pedro Busin se despede do Vicariato de Guaíba

No domingo (11), aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Guaíba, a Missa com o envio missionário de Dom Adilson Pedro Busin, bispo referencial do Vicariato de Guaíba, que será empossado no dia 2 de julho como bispo para a diocese de Tubarão (SC). A celebração contou com a participação de lideranças das paróquias do Vicariato, o clero, a vida consagrada e também o arcebispo metropolitano Dom Jaime Spengler. Dom Adilson, após refletir a liturgia dominical, agradeceu pelo tempo em que esteve no Vicariato de Guaíba, “a minha Galiléia”, como ele disse.

 

No final da celebração, Pe. Adílson Corrêa da Fonseca, vigário episcopal, conduziu o envio missionário, entregando a Dom Adilson a Cruz do Senhor, símbolo que acompanha a missão dos bispos. Ao final da Missa, diante da barca vocacional e da imagem da Mãe de Deus, padroeira da Arquidiocese de Porto Alegre,  clamou-se a intercessão da Mãe de Deus para que interceda e acompanhe a nova missão de Dom Adilson Pedro Busin.

 

Homilia de Dom Adilson Pedro Busin

 

X Domingo do Tempo Comum

 

“Jesus viu um homem chamado Mateus e disse-lhe: ‘segue-me’. Jesus vem para os que precisam de salvação. A narrativa do evangelho coloca em contraste a atitude de Jesus e a dos fariseus. Estes, controlam a salvação, a pertença a graça de Deus. Nos critérios deles, existem os `já salvos’ e os que não terão jamais acesso à graça de Deus. Mateus, o cobrador de impostos, está na lista deles como um `fora da lei` e do manto divino. Para eles, Mateus é um pecador e Deus jamais volveria seu olhar para ele. Mas os olhos de Jesus se dirigem justamente a Mateus. Ele vê além das aparências. Ele viera para os enfermos, para aqueles que precisavam ser resgatados. O seu olhar é inclusivo e sedutoramente misericordioso. Rompe a barreira do preconceito. Para Jesus, todos merecem a chance de ouvir a palavra e a graça da salvação. Ele veio para curar os enfermos. É a misericórdia do Pai que quer readquirir a dignidade dos filhos. De todos os filhos. Mateus não só ouve a palavra, mas segue Jesus e convida-o para entrar em sua casa. Jesus vai, para o escândalo dos observadores. Mas são os doentes que precisam do médico. Com isto, Jesus lança o convite aos fariseus também serem curados de sua doença, de uma religião doentia. Eles também são chamados à de conversão, do sacrífico à misericórdia. Pensar no chamado, nos vocacionados. Todos somos chamados. É preciso deixar que o coração arda e seja capaz de seguir Jesus, como Mateus no-lo ensina.

 

O mesmo Jesus, quer hoje nos convidar ao seu seguimento. No ano vocacional, a Igreja precisa exercer sua missão recebida de Jesus: “Ide e anunciai”. “Pedi ao dono da messe que envie operários à sua messe.” Convidemos Jesus para entrar em nossa casa e se sentar à mesa conosco. Ele tem palavras a dizer aos pais, aos idosos, aos nossos jovens. Mateus estava atento à banca dos impostos, mas se distraiu com Jesus que `abalou` sua vida e a mudou para sempre. Em nossa casa, Ele também que provocar mudança. Vem a nos distrair, a `roubar` nosso tempo de celular, para nos colocar em relação, e diálogo e acolhida. Não precisamos também curar nossas doenças e dependências? Mateus deixou-se encontrar por Jesus e sua vida mudou.  Que o Senhor entre em nossas casas e cure nossas mazelas e nos torne pessoas convertidas. Com vida nova. Então provaremos da graça da saúde para nossas vidas. Saúde que está na raiz da palavra salvação. Cura, graça, vida nova, salvação.

 

Ao despedir-me de ‘minha Galileia’, como carinhosamente eu me dirijo à Igreja deste vicariato, quero tonar minha despedida e envio um momento de oração. Se puder pedir algo, que cada comunidade reze para que o Pai da Messe chame os jovens para a vocação. Bons matrimônios, jovens para a vida religiosa missionaria, e jovens para o sacerdócio. Rezemos com persistência e constância.

 

E rezo dizendo: Meu Senhor, perdoa-me pelo bem que não fiz em favor desta Igreja de Guaíba: de não ter dado tudo o que me pediste, por não ter sido mais próximo ou de doar mais tempo aos padres, ao teu rebanho, às comunidades e às pessoas. Pelo bem que não fiz e por não ter sido segundo teu exemplo, um bom pastor ou por não ter sido mais fiel e generoso.

 

Gratidão por tudo Senhor! Tantos bens recebidos. Pelas crianças e jovens crismados. Pelas famílias que encontrei e me acolheram; os pais que partilharam suas preocupações e alegrias; pelas irmãs religiosas/os; pelos diáconos e lideranças de tantas pastorais, os seminaristas; (na pessoa do Pe. Adilson, vigário episcopal), gratidão aos padres com quem partilhamos o caminhar desta porção do rebanho teu e pela fraternidade vivida. Pelo período da pandemia do Covid-19, que juntos atravessamos, pela igreja-família que gostamos e procuramos ser.

 

Obrigado pelos caminhos percorridos: a poeira e o barro das estradas; pelas planícies, as matas, os cerros e pela costa doce de nosso vicariato; as águas dos rios e do Guaíba que circundam nossas paróquias; pelas terras cultivadas; as colinas e os bosques naturais; pelos trabalhadores do campo e da cidade; pelo povo acolhedor; pelas festas que reúnem e alegram as comunidades; as celebrações e os sinais de tua presença amorosa Jesus. Em tudo, Tu és nossa razão de ser Igreja!

 

Enfim, por tudo, Obrigado Senhor. Com diz a primeira leitura “É preciso saber segui-lo para Reconhecer o Senhor. /.../ ele virá até nós como as chuvas tardias que regam o solo”. Como a chuva de hoje, tardia, mas necessária e que regou nosso solo sedento. Em tudo está teu Amor Senhor. Como diz Paulo na 2ª leitura: “Contra toda a humana esperança, Abraão firmou-se na esperança e na fé.”

 

Eu também parto para uma terra, próxima, é bem verdade, mas desconhecida. “Terra que o Senhor me mostrou”. Para navegar em outros mares, em outro rio (Tubarão) e outra Laguna. Como servo e peregrino no Amor. Então posso, nós podemos, cantar teu amor Senhor.

 

Colaborou o diácono Rodrigo Rubi.



Autor:
Ascom

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