18/04/2023
O arcebispo de Porto Alegre e 1º vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, fez um balanço dos quatro anos (2019-2023) em que fez parte da presidência da conferência. A 60ª Assembleia Geral tem início na quarta-feira (19) e prossegue até o dia 28 de abril com a eleição dos novos membros da presidência, das comissões permanentes, dois representantes no Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), um titular e suplente, e dois representantes para o Sínodo sobre a Sinodalidade, em Roma. Confira a entrevista publicada pelo portal da CNBB.
Que aspectos o senhor destaca da gestão de vocês à frente da CNBB no período de 2019-2023?
Dom Jaime Spengler – A pandemia do Covid-19 exigiu decisões e posições desafiadoras… Foram tempos delicados que proporcionaram caminhos até então inimagináveis e, portanto, aprendizados. O contexto socio-político-eclesial também exigiu senso crítico, bom senso, determinação. Neste contexto, vale também ressaltar o Pacto pela Vida e pelo Brasil, firmado conjuntamente por outras entidades da sociedade civil.
O que conduziu e orientou a ação desta da presidência na condução da Conferência neste período?
Dom Jaime Spengler – O que conduziu e orientou a ação da presidência não poderia ser outra coisa senão o desejo de colaborar para fomentar a razão mesma de ser da Conferência: promover a comunhão entre os Bispos.
Aponte uma alegria, uma história ou algo que o marcou neste período como membro da presidência?
Dom Jaime Spengler – Uma experiência forte que me marcou foi a visita que fizemos logo no início de nossa gestão à Diocese de Boa Vista, (RR) quando tivemos oportunidade de verificar “in loco” o trabalho de acolher os migrantes venezuelanos e haitianos, desenvolvido pela diocese de Boa Vista e o Exército brasileiro, com a colaboração de variadas forças da sociedade. A colaboração de muitos certamente fez a diferença neste trabalho de acolhida!
Como avalia a atual composição da presidência da CNBB com quatro membros?
Dom Jaime Spengler – Esta foi uma indicação da Assembleia Geral da Conferência e que recebeu aprovação da Santa Sé. Ao longo do quadriênio, a sintonia, a cooperação, a disposição para colaborar e o espírito fraterno foram aspectos marcantes da atual composição. As diferenças foram enriquecedoras!
Que pontos são centrais e desafiam a atuação da CNBB nos próximos anos?
Dom Jaime Spengler – Experimentamos uma série de crises: crise econômica, política, social, do humanismo, ética, eclesial, de fé! Neste contexto, a Conferência certamente deverá pautar suas ações! A referência maior será sempre o Evangelho do Crucificado-Ressuscitado, a Doutrina Social da Igreja e a Tradição. A disposição será certamente a de promover o bem comum e o cuidado pela vida nas suas diversas expressões, a fim de que todos possam ter vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10)