26/05/2022
A diocese de Xingu-Altamira é Igreja-Irmã da Arquidiocese de Porto Alegre, projeto criado pela CNBB em resposta ao apelo dos bispos da Amazônia, reunidos em Manaus no ano de 1972. A Arquidiocese de Porto Alegre aderiu ao projeto em 1973. Neste ano foram enviados em missão o padre Tiago Camargo e o seminarista Darlan Schwaab, que está em ano pastoral. Ele retornou a Porto Alegre para fazer uma prova e aproveitar a presença para estar na ordenação sacerdotal do diácono Marcus Ceratti. Darlan conversou sobre os primeiros quatro meses de presença no Estado do Pará.
“A experiência no Pará tem sido maravilhosa e uma constante surpresa, como é a pessoa de Jesus Cristo. A primeira das quais pelo fato de ter sido encaminhado para o seminário, como reitor e formador do curso de propedêutico. Por isso, qualquer plano meu que eu já tinha feito caiu por terra”, relembrou o seminarista sobre o momento em que foi designado para o seminário propedêutico e não para acompanhar o padre Tiago na paróquia.
“Eu estou no ano pastoral, que antecede a ordenação diaconal. O que estava acordado é que eu acompanharia o padre Tiago Camargo, em Porto de Moz, que é onde ele está. E chegando lá vimos que a realidade pedia algum missionário para o Seminário, que estava prestes a ser fechado. Como Dom Jaime Spengler estava no Pará quando embarcamos [matéria no link abaixo]. Ele conversou com o bispo de Xingu (Dom João Muniz) e juntos viram que seria uma boa ideia eu assumir o seminário, tendo apoio constante do bispo e dos padres mais próximos.”
Darlan está morando em Brasil Novo, município de 15 mil habitantes, que fica a 40 quilômetros de Altamira, onde fica a Cúria diocesana. Conforme o seminarista as distâncias percorridas na região estão entre as maiores diferenças na comparação com a Arquidiocese de Porto Alegre.
“Não peguei esta realidade tão próxima do rio, como o padre Tiago. Mas temos uma grande dificuldade que são as distâncias. Tudo é muito longe. Em algumas horas chego na segunda cidade vizinha, o asfalto é escasso, esburacado. Estamos vivendo a época das chuvas. Em localidades mesmo próximas é mais rápido ir de barco do que de carro.”
O seminarista relata uma ótima impressão do povo católico da região. “São espetaculares, sedentos pela presença da Igreja Católica. A demanda pelos sacramentos é muito grande. O que eu posso oferecer, dentro das minhas limitações, é no sentido de formação, reunindo grupos, comunidades, trabalhando a leitura da palavra, formação litúrgica e animação vocacional, além do seminário.”
No final do mês de novembro o seminarista deve ser ordenado diácono. Contudo, ele entrega nas mãos de Deus o tempo que ficará em missão na diocese de Xingu-Altamira. “Ainda não há data certa. Dom João não gostaria de vislumbrar um ponto final na missão.Se for da vontade da Arquidiocese de Porto Alegre posso permanecer mais do que um ano”, finaliza.
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