Ordenação sacerdotal do diácono Marto Vilaza acontece no dia 7

31/05/2024

Ordenação sacerdotal do diácono Marto Vilaza acontece no dia 7

A Arquidiocese de Porto Alegre dá seguimento a ordenação sacerdotal dos diáconos da turma de 2024. A paróquia Santa Hedviges, em Alvorada,  acolherá a comunidade para celebrar o ingresso ao ministério ordenado do candidato Marto de Souza Vilaza, 28 anos, no dia 7 de junho. O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, preside a Santa Missa, que tem início às 20h.

 

Confira entrevista com o diácono Marto Vilaza

 

Marto de Souza Vilaza

 

Quais são as suas primeiras lembranças de vivência na Igreja?

 

Diácono Marto - Meus familiares e eu, já moramos na Lomba do Pinheiro - bairro de Porto Alegre -, Viamão, Barão do Triunfo e, agora, Alvorada.  Desde pequeno, acompanhava minha mãe na igreja participando das missas, celebrações da palavra, novenas, entre outras atividades da comunidade. Por conta dessa vivência, sentia a necessidade de me envolver cada vez mais, pois me isso me realizava.

 

Em meio a tantas comunidades que participei, por conta das mudanças de cidade, numa de Viamão, fui chamado à atenção. Ao chegar numa pequena comunidade da Paróquia São João Maria Vianney (2003), ficava encantado pela atitude do padre que acolhia calorosamente a cada um que chegava dando um abraço e puxando assunto. Ele conhecia e se importava com seu rebanho. E sentia no meu coração o desejo de imitá-lo. Depois de Viamão, me mudei para Barão do Triunfo, lugar simples, interior, com missas que ocorriam só uma vez por mês. Lá, não só acompanhava minha mãe, como também procurava ajudar no que fosse necessário nas celebrações e em outros momentos de oração da comunidade. 

 

A sua família apoiou a decisão de ingressar no Seminário?

      

Diácono Marto - Sim, desde o início quando falava que queria ser padre, meus familiares deram apoio. Quando decidi entrar no seminário, minha mãe ficou realizada. Minha irmã e meu pai, brincaram comigo dizendo que dariam dois meses para eu voltar para casa (passaram-se 12 anos).

 

Como foi a reação dos amigos à decisão de entrar no Seminário?

 

Diácono Marto - Não chegou a ser uma novidade, pois seguidamente eu falava nisso ou dava sinais de que essa era a minha vontade. Tanto que no final do Ensino Fundamental eu brincava de celebrar os casamentos dos colegas que estavam namorando ou ficando. 

 

Quais lembranças mais marcantes do período na filosofia e teologia?

 

Diácono Marto - Na verdade, o período que foi mais marcante na minha caminhada de seminário foi o Ensino Médio. Tenho muito carinho por essa etapa da formação, pois nela aprendi o sentido de pertença não só ao seminário, mas a Arquidiocese a qual eu pertenço. Tínhamos momentos sadios de convivência (Jogos, Filmes, passeios, Chimarrão ao pôr do sol), trabalhos internos e externos às vezes além do horário (mas fazíamos com gosto, pois era a nossa casa), incentivava-se momentos de oração não só em grupo, mas individual (um cultivo da identidade do padre diocesano), a relação dos estudos (eu tinha muita dificuldade por vir do interior e ingressar numa escola particular – Dom Feliciano) a amizade que se criou com colegas da escola, a iniciação nos estudos de música (Teclado e canto). Enfim, o próprio ambiente do seminário de Gravataí é muito acolhedor e único.

      

Na filosofia, tive muitas dificuldades com os estudos acadêmicos. Brinco que foi um deserto que tive que atravessar para a terra prometida que era a teologia. Mas algo que guardo com muito carinho são as atividades pastorais as quais eu colocava em prática o que rezava e estudava. Sentia que ali, em meio às comunidades, eu realizava o chamado ao sacerdócio.

 

A Teologia me marcou por alguns acontecimentos bem pontuais. Em 2018, iniciei a pós-graduação em música litúrgica. É possível dizer que a minha relação com a música permeia toda a minha caminhada de seminário. E sou muito grato pela formação por ter me incentivado nesta área. Também, no mesmo ano, tive a oportunidade de fazer um curso de fotografia religiosa que me abriu os olhos para um outro horizonte (favorecendo, futuramente, a auxiliar - tanto no seminário como nas paróquias que passei – na área da comunicação visual). Em 2019, no período das férias de verão, perdi meu pai para um infarto. Mas nesse ocorrido, pude compreender melhor para qual família eu estava entregando minha vida. A maioria dos meus colegas de seminário, padres e bispos estiveram comigo e isso me fez entender o sentido da comunhão eclesial. Minha família e eu não estávamos sozinhos e isso nos deu força. Em 2020, com a necessidade de reacender o ardor pelo chamado de Deus e continuar minha caminhada vocacional com mais convicção, iniciei um estágio formativo dando uma pausa na formação acadêmica. Esse período acabou coincidindo com o início fatídico da Pandemia, o qual tivemos que adaptar a nossa vida e o nosso agir pastoral.

 

Quais sacerdotes marcaram a sua caminhada de fé na Igreja?

 

Diácono Marto – Muitos padres fazem parte da minha história. É até injusto fazer citações pois poderia deixar alguém de lado.

   

 - Um padre (religioso) que não sei o nome, foi quem me cativou numa capelinha de Viamão;

  - Pe. Miguel Schäfer pároco (Cerro Grande) que me incentivou e levou para o seminário. Ele dava um belo testemunho, nos interiores que ele atendia, rezando a 7ª missa do final de semana como se fosse a primeira.

  - Pe. Edson Stein que minha família já tinha um carinho enorme por ele acompanhar minha irmã num período complicado e depois foi meu primeiro formador no Ensino Médio.

  - Entre outros padres formadores e párocos de origem e pastoral.

 

Paróquias onde realizou pastoral

2014 - Propedêutico - Catedral Mãe de Deus - Porto Alegre

2015 - 2016 - Coração de Jesus - Porto Alegre

2017 - 2018 - Equipe Kairós

2019 - Sagrado Coração de Jesus - Alvorada

2020 - Senhor Bom Jesus - Porto Alegre

2021-2022 - Paróquia Nossa Senhora de Belém - Porto Alegre

2023 - Paróquia Santa Luzia - Canoas

2024 – Paróquia Nossa Senhora do Livramento – Guaíba

 

Entrevista em vídeo: https://youtu.be/QUfZXo8Yde8



Autor:
Marcos Koboldt

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