10/11/2020
Neste ano, em função do isolamento social, necessário para o enfrentamento da pandemia da COVID-19, as tradicionais 6 coletas da Igreja não serão realizadas. Os valores são destinados aos serviços sociais da Igreja e, com a impossibilidade das arrecadações, muitos projetos que atendem famílias, missões, entre outros, sofrem com a falta de recursos. Contudo as missas dos próximos dias 14 e 15 de novembro, que celebram o Dia Mundial do Pobre, terão suas coletas revertidas para este fim. Além disso, o “Subsídio de Natal 2020 - Reconstruir a Esperança”, produzido pelo Regional Sul 3 da CNBB, também será um meio de arrecadar verba para esses fins.
Os subsídios são adquiridos nas secretarias de suas paróquias e é composto por 1 livro e 1 guirlanda. “Precisamos de um esforço intenso de todos. Na imagem do subsídio 2020 temos a imagem de Nossa Senhora com o menino Jesus. Uma súplica pela humanidade nestes tempos de flagelo”, explica Dom Leomar Antônio Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre e membro da Comissão que prepara os subsídios de Natal e Páscoa para o Regional Sul 3 da CNBB.
Dia Mundial dos Pobres
Há quatro anos, com a instituição do Dia dos Pobres, o papa Francisco vem a provocar a Igreja para olhar, refletir, agir, rezar e estar com os pobres. Na mensagem deste ano ele diz: “O encontro com uma pessoa em condições de pobreza não cessa de nos provocar e questionar. Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua marginalização e o seu sofrimento? A comunidade cristã é chamada a coenvolver-se”. “Estende a tua mão ao pobre” (Sir 7,32), é o tema da IV Jornada Mundial dos Pobres que será realizada de 8 a 15 de novembro de 2020. No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: “Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”. No Brasil, a CNBB confiou à Cáritas Brasileira a animação e a mobilização do Dia Mundial dos Pobres. A entidade, nesse período, já realizava a Semana da Solidariedade – para pensar e agir por um país justo, fraterno, igualitário, solidário e amoroso, por ocasião de seu aniversário de fundação, 12 de novembro de 1956. Com isso, a Igreja do Brasil assume a Jornada Mundial dos Pobres. No Brasil, no período de 2014 a 2018, a renda dos 40% mais pobres caiu, em média, a queda foi de 1,4% por ano. O número equivale a 85 milhões de pessoas em situação de empobrecimento, segundo o Banco Mundial, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). De acordo com a pesquisa, houve um alívio temporário ao longo de 2020 com a renda emergencial. Contudo, as pessoas voltarão à situação anterior após o fim do benefício, em dezembro deste ano. Dez milhões de brasileiros ficam pelo menos um dia da semana sem comer. Com isso, o País registrou o pior desempenho da América Latina de acordo com quadro comparativo da evolução da pobreza extrema, da pobreza e da desigualdade entre os países latino americanos, segundo o Banco Mundial. Coletas anuais da Igreja Católica Ao todo, são 6 coletas, de setembro a dezembro, que não puderam e não poderão ser realizadas: 1- Coleta da Solidariedade, da Campanha da Fraternidade, no Domingo de Ramos - 5 de abril; 2- Coleta de Moçambique - 31 de maio (realizada em Pentecostes desde 1994); 3- Coleta para os Lugares Santos - 13 de setembro (manutenção de missionários, paróquias, escolas etc); 4- Coleta Óbolo de São Pedro - 4 de outubro (a mais antiga da Igreja), destinada às obras de caridade do Papa; 5- Coleta Missões e Santa Infância - 18 de outubro; 6- Coleta da Evangelização - 21 e 22 de novembro (Tempo do Advento). Na Arquidiocese de Porto Alegre, além destas, são realizadas 2 coletas especiais: Igreja Irmã-Xingu e Vocações Sacerdotais. Por meio de coletas, especialmente as destinadas a fins específicos, os fiéis apoiam a obra da evangelização, colaboram com o socorro aos pobres e auxiliam as vítimas de catástrofes em diversos lugares do mundo.