Advento, sinal de esperança

03/12/2021

O Advento nos fala e nos envolve na esperança, que é a confiança em alguém que está por chegar -- e nós podemos facilitá-la. Esta esperança vive em nosso coração como um desejo ardente, do qual não se pode falar, mas apenas sentir.

Nossa história pede um novo sentido a partir desta fé, desta esperança e desta confiança. A fé confia em Deus criador. A esperança confia a Deus salvador.

Por isso, precisamos neste tempo “tomar cuidado para que o nosso coração não fique insensível por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia repentinamente sobre nós.” (Evangelho de Lucas 21,34).

Estando a nossa frente este alerta, nós humanos tendemos a fugir de tudo aquilo que nos assusta ou simplesmente nos desloca. Somos convidados a despertar.  Bem sabemos do perigo de vivermos distraídos, dispersos, perdidos nos afazeres cotidianos e ou sendo “copistas” de opinião.

O despertar requer atenção, consciência e nossa presença real, e é contrário à rotina, perturbação e à confusão mental e espiritual.

Precisamos ter nossos olhos abertos para além das preocupações cotidianas, para entrarmos em sintonia com a presença d’Aquele que vem sempre ao nosso encontro. Em meio a tudo isso, é preciso tomar cuidado com o “medo”, que pode nos paralisar pouco a pouco, aceitando as injustiças, intolerâncias e insensibilidades diante dos mais fracos e pobres, não tocando nosso bem-estar. Portanto, urge não nos deixarmos determinar pelas armadilhas do medo; e, para isso,  precisamos invocá-Lo, dizendo: “Maranathá”, vem Senhor Jesus! 

Tenhamos cuidado e sejamos generosos, para que se renove a esperança e a fé na vida. Mantenhamos acesa a certeza de que a comunidade global chegará a viver a paz; que estenderemos os braços uns aos outros com olhar cristalino e sentimentos divinizados, manifestando entre nós a poesia do encontro, pois o Menino Sagrado vem vindo, buscando morada entre nós neste Natal de 2021. Juntos, digamos: Vem Senhor Jesus, o mundo precisa mais de Tua presença!



Autor:
Por Dom Darley José Kummer, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.

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